terça-feira, fevereiro 23, 2016

Crítica: O quarto de Jack

         Claustrofóbico, angustiante, emociante. Mexendo principalmente com a emoção do público e com uma dupla de atores com uma atuação excelente o filme é um dos melhores Dramas dos últimos anos.



       "O Quarto de Jack" ou no original "Room" é baseado em um livro homônimo que por sua vez foi levemente baseado no caso real de uma filha que se manteve em cativeiro pelo próprio pai que a abusava sexualmente tendo inclusive filhos com o mesmo. No filme Joy foi sequestrada quando tinha 17 anos e passou 7 anos em um quarto com apenas 10m2 tendo que criar o seu filho Jack de apenas 5 anos. (Isso pode ser caracterizado com um pequeno spoiler para você que ainda não viu ainda o filme, mas essa informação está presente nas sinopses oficias e é impossível fazer a análise sem apontar essa informação. Pode ficar sossegado que o resto da crítica está livre de spoilers).


     De início para poder ressaltar o ambiente minúsculo que os personagens estão presos podemos notar a constante presença de close-ups nos rostos dos atores e quando finalmente a câmera se afasta ficamos impressionados ao deslumbrar todo o pequeno espaço do cativeiro. Esse estilo de filmagens é presente em todo o longa inclusive em alguns momentos conseguimos sentir a sensação de estamos presentes no ambiente ao presenciar o olhar do mundo na visão de Jack. Apesar de ter uma premissa de certo modo simples o diretor Lenny Abrahamson conseguiu segurar as pontas aproveitando principalmente à relação de mãe e filho e como eles transformaram todas as dificuldades de seu cativeiro em uma espécie de "mundo particular" (Podemos fazer uma comparação nesse quesito ao clássico "A vida é Bela" e o drama "À procura da Felicidade").

   O principal ponto forte do filme é sem dúvida as atuações incríveis da dupla Brie Larson que intepreta a mãe Joy e de Jacob Tremblay que está simplesmente maravilhoso como o filho Jack. Brie além de nos convencer que é verdadeiramente uma mãe que ama acima de qualquer coisa seu filho ainda mostra o lado humano, já que ela ainda é uma jovem que ficou visivelmente abalada tanto física quanto psicologicamente depois de perder 7 anos de sua vida. Jacob está impressionante no papel, passando com uma naturalidade espantosa um trabalho difícil até para um ator experiente o menino até consegue algumas vezes dar indícios de um bem sutil over-acting e simplesmente não cai de produção em nenhum momento em que aparece. O resto do elenco não tem um grande foco na história em si mas não existem grandes falhas, destacando para Joan Allen que consegue ter uma boa presença em seus momentos em tela interpretando a mãe de Joy.


  A Trilha sonora é linda. Ajuda a aumentar o objetivo principal que é de fazer com que o público sinta os sentimentos dos personagens, nada de muito excepcional e elaborado, optando por uma trilha suave e tranquila nas cenas de interação entre mãe e filho se tornando rápida e forte nas cenas de clímax. O roteiro é simples, talvez até simples demais sendo essa uma das poucas falhas. Visivelmente é feito para a dupla principal brilhar mas em certo ponto quando Brie se afasta dos holofotes por alguns minutos e Jacob tem que se manter sozinho (E mesmo assim o garoto consegue) se passa uma sensação de uma completa mudança na postura do filme onde a volta de Joy é pedida a todo instante para que finalmente se possa volta para o clima habitual e podermos ter uma conclusão na história. 


Concluindo "O Quarto de Jack" cumpre com louvor o objetivo de emocionar o público e para os mais sensíveis recomendamos que preparem os lencinhos de papel para não inundaram a sala de cinema. Assista com a família, com a namorada, amigos ou até mesmo sozinho já que independente dos números a experiência será a mesma. 

                 "Você irá adorar ele Jack."
                 "O quê? 
                "O mundo.

            NOTA:

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